São Paulo - O cantor Chorão, vocalista da banda Charlie Brown, estava depressivo e não se conformava com a separação da mulher, que ocorreu no ano passado. A afirmação foi dada nesta quarta-feira pela prima do músico, a apresentadora de televisão Sonia Abrão, que esteve no apartamento do parente, onde foi encontrado morto, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste, em São Paulo.Sônia Abrão fez uma homenagem para o primo. A apresentadora postou um foto do vocalista e escreveu: "E a gente se pergunta por que a vida é assim? Vai com Deus, primo! Nosso amor estará sempre com você! Chorão forever!”. Sônia Abrão falou também que o primo estava muito deprimido.Segundo a apresentadora, desde a separação, o cantor vinha demonstrando sinais de depressão. “Ele estava abalado, tentava a reconciliação (com a mulher)”, disse. "Ele falou uns dias atrás para outro primo que queria encontrar o pai dele, que morreu há dez anos. A gente não quer acreditar que ele tenha acabado com a própria vida, porque a vida era uma coisa que ele amava muito”, disse a apresentadora.
Motorista encontrou corpo
O motorista do cantor o encontrou desacordado e telefonou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O corpo foi encontrado no local e será examinado pela perícia. O delegado Itagiba Vieira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o apartamento estava todo revirado e tinha marcas de sangue, mas descarta a hipótese de homicídio.
"Me diz que tudo isso não se passa de um grande pesadelo", disse uma fã. "Perdemos uma lenda da música", exclamou uma internauta. "Não conheço uma pessoa que não goste de Charlie Brown Júnior", disse outro. "O importante é que chorão fez história e assim como Renato Russo, Mamonas Assassinas e Cazuza ele nunca vai ser esquecido", comparou outra admiradora.
Artistas também lamentaram a morte: "Muito triste! Gostava muito dele! Bom coração! Poeta! Gente boa!", postou Luciano Hulk. "Agora temos mais uma estrelinha no céu", declarou Ana Hickmann. "Chorão, respeito e admiro muito", disse Fiuk. "Que a família tenha muita força nessa hora", enviou a ex-BBB Ariadna. "Tão natural quanto a luz do dia, mas que preguiça boa, me deixa aqui a toa", também postou Mulher Melancia.
Trajetória
Alexandre Magno Abrão, o Chorão, foi o principal letrista e co-fundador do Charlie Brown Jr. , grupo que lançou em 1992 junto com Renato Pelado, Marcão, Champignon e Tiago Castanho. No entanto, Chorão foi o único integrante a fazer parte de todas as formações da banda.
Em 2005, ele foi surpreendido com a notícia de que Renato Peludo, Marcão e Champignon iriam deixar o grupo. Nesta época, Tiago Castanho - que participou dos três primeiros CDs do Charlie Brown Jr. - voltou à banda, que reúne sucessos como "Proibida pra Mim", "Tudo Que Ela Gosta de Escutar", "Só os Loucos Sabem", "Céu Azul", "Dias de Luta, Dias de Glória", "Zóio de Lula", "Te levar", que foi tema do seriado "Malhação", entre outras.
O Charlie Brown Jr. já lançou dez discos, vendeu mais de cinco milhões de cópias e o próximo show estava marcado para o dia 22 de março, em Campo Grande, no interior do Rio de Janeiro. O grupo já ganhou vários prêmios, entre eles, dois Grammy Latino. Em 2005, els foram os vencedores da categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro, por "Tâmo aí na Atividade". E, em 2010, também na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro, por "Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva".
Polêmica
Em julho de 2004, Chorão protagonizou uma briga com Marcelo Camelo, um dos vocalistas da banda Los Hermanos. O músico do Charlie Brown perdeu a cabeça, deu um soco e uma cabeçada que quebrou o nariz de Camelo durante um voo para Teresina, onde as duas bandas iriam se apresentar, no Piauí Pop Festival. A briga começou porque Camelo havia criticado Chorão por fazer um comercial para uma marca de refrigerantes em entrevista a uma revista. Um semana após o escândalo, Chorão publicou um pedido de desculpas no site oficial da banda.
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